Tether projeta valor de US$ 500 bilhões em IPO e supera Visa
Arthur Hayes, fundador da Bitmex, fez uma análise impressionante sobre a Tether, avaliando a empresa em US$ 500 bilhões se decidir abrir seu capital. Para se ter uma ideia do que isso representa, se essa avaliação realmente acontecer, a Tether superaria o valor de mercado de todos os bancos do Brasil juntos.
Uma pesquisa recente revelou que as stablecoins, como o USDT, já estão movimentando mais dinheiro do que a Visa no cenário global. De acordo com dados da Bitwise Asset Management, os volumes anuais de transações com essas moedas digitais têm crescido de forma exponencial, registrando marcos impressionantes nos últimos anos.
Entre 2018 e 2021, a Visa era a líder indiscutível, processando entre US$ 9 trilhões e US$ 11 trilhões por ano. Nesse período, as stablecoins ainda estavam se estabelecendo no mercado. Porém, a partir de 2021, essas moedas digitais começaram a chamar atenção, ultrapassando US$ 6 trilhões em transações e seguindo com um crescimento robusto.
O ponto de virada no mercado
O verdadeiro divisor de águas ocorreu entre 2023 e 2024, quando as stablecoins alcançaram volumes entre US$ 13 trilhões e US$ 14 trilhões. Pelas primeiras vezes, elas superaram a Visa. E, em 2025, a diferença já estava clara, com os volumes transacionados por stablecoins ultrapassando os da gigante dos cartões no primeiro trimestre.
Esse crescimento tem uma explicação: as pessoas e empresas começaram a usar as stablecoins para várias situações do dia a dia. Seja para transferências internacionais, pagamentos on-chain, projetos de DeFi ou até mesmo para executar folhas de pagamento, as stablecoins trazem a estabilidade do dólar convencional combinada à agilidade da tecnologia blockchain. E a melhor parte é que elas costumam ter taxas muito mais baixas do que os métodos tradicionais.
Sofia Düesberg, da Conduit, resume bem essa transformação: “Uma empresa que ainda depende do SWIFT está presa a um modelo arcaico. As stablecoins permitem pagamentos em minutos, com mais transparência e baixos custos, integrando-se a um fluxo mais moderno.”
Além disso, a liquidez está em alta. Somente na rede Ethereum, o fornecimento de Tether (USDT) chegou a um recorde de US$ 93,4 bilhões. Isso indica uma entrada significativa de capital no ecossistema cripto, o que é frequentemente referido como “pólvora seca” — ou seja, dinheiro disponível para movimentações no mercado a qualquer momento.
E a Visa, por sua vez, está atenta a toda essa evolução. A empresa já lançou programas piloto para pagamentos em stablecoins, tentando se adaptar ao novo cenário. Contudo, o avanço das stablecoins em setores como liquidações em tempo real e finanças programáveis pode colocar em xeque o tradicional funcionamento do sistema de cartões de crédito e débito.
Ao resumir essa situação, a Bitwise destaca: “Se as empresas de pagamento tradicionais não estão ficando nervosas, deveriam estar.” Essa transformação no mercado financeiro é algo que dá o que pensar.